domingo, 13 de março de 2016

A procura de Paratis

Como nos últimos dias ocorreu um ciclone em alto-mar no atlântico, mudou as mares no sul do Brasil. Ocorreu forte ressaca durante a semana, e o mar ainda estava se recuperando, embora tenha uma maré mais baixa, também devido as fortes chuvas no continente a água das praias estava meio turva. Lembrando uma calda de chocolate e em alguns momentos uma calda de cana.



As 7:00 horas já estava com minha tralha montada, assistindo o espetáculo do nascer do sol, que aparece na praia de Piçarras bem ao centro nesta época do ano. Desta vez estava com boa isca, camarão fresco comprado no dia anterior e que passou apenas por resfriamento.

Também trouxe comigo um grande camarão rosa para fazer uns testes, três desces já dariam a pescaria do período. Já ouvi falar bem deste tipo de isca e só de manusear percebi o forte cheiro de camarão que isala, é um ótimo sinal.

Fui assistindo a maré mudar de cor, estava bem calmo quando cheguei e assim que a maré mudou de vazante para cheia a água ficou ainda mais turva. Tinha esperança de pegar uns bons Paratis, mas pela cor da água, acho que seria um festival de Bagres.
E assim foi, saio o primeiro sem muita reação e disputa, tinha um tamanho padrão, nem grande nem pequeno. Depois tirei mais dois muito pequenos, dava para confundir se eram a isca ou o peixe.


Mudei minha isca para o Camarão rosa, cortei uns bons filés, dei uma espremida para soltar ainda mais o odor e mandei no primeiro canal, logo atrás da segunda arrebentação, quase na espuma da beirada. Logo senti as cabeçadas de ponta de vara, fisguei e o negócio ficou bom, ora afrouxava a linha, ora dava um arranque, estava muito louco o negócio. Uma tira de linha lateral quando estava próximo na marguem e pude ver o que estava acontecendo. Um Duble de Bagres brigando contra a linha, que maravilha, tive que trabalhar mais um pouco para aproveitar as condas para tira-los.

Soltei os garotos, um dele tive que cortar a linha pois tinha engolido o anzol. Nestes casos é só cortar a linha e soltar o bicho, logo o anzol se solta naturalmente em poucos dias.
Não demorou muito para minha vara que estava a curta distância dar um vigoroso sinal, este deu uma emoção, parecia um peixe grande. Trabalhei bem com ele, tentei cansar o bicho, mas assim que chegava próximo da margem voltava a tomar linha. 

Isto é pescaria, esta dúvida que o peixe vai se soltar, esta briga que sua mente tem que administrar a ansiedade, a satisfação de trazer o peixe para fora. Sabe as vezes depois de uma boa briga, dá vontade de parabenizar o peixe.

Um Bagre de tamanho bom, brigou até na areia e quando pensei que iria pega-lo voltou para a água aproveitando uma onda. É assim que eu gosto, "guris de raça". Filmei a soltura do bicho e assisti ele voltar nadando tranquilo para o marzão.

O camarão rosa é uma boa opção, pelo menos nesta primeira impressão. Aumentando muito a ação e captura. A Água foi clareando e mudando para um suco de couve verde clarinho, agora com o forte sol de outono dava para ver os peixes.
Capturei mais um bagre e a isca estava no fim, completando a pescaria tirei um pampinho brigador.

Pena, agora com a água mais clara a variação de peixes iria melhorar, mas já estava na hora de voltar para casa, uma por que a isca acabou, outra por que estava na hora de colocar uma carne na brasa.

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