quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Matando a Saudade dos Lambaris com Fly-Caipira

Hoje após um dia exaustivo de trabalho, cheguei as 18:00h em casa, mais sedo do que de costume. Como estamos no verão até as 20:30 ainda é dia, a chuva de verão do final da tarde também cooperou o que tornava a ocasião ideal para matar a saudade de meus amigos lambaris.

Já faz mais de um ano desde a ultima pescaria de lambaris utilizando a técnica de Fly-Caipira, realmente neste caso a expressão "o tempo passa voando" é verdadeira. Estava a muito tempo com vontade de dar uma brincada com os lambaris e relembra as brigas bonitas com este valente peixinho.

Peguei meu micro-molinete e caixa de iscas de moscas secas e me mandei para um rio de interior próximo de casa, não devo ter levado 10 minutos e estava entrando no rio.

O local ainda é um dos poucos da região que mantém condições para estes peixinhos, mas devido ao calor no final de semana é invadido por banhistas que gostam de natureza mas preservar nada. Canso de recolher garrafas, latas de cerveja, papel de salgadinho da berrada do rio, hoje não foi diferente.

O rio mantinha sua mesma característica, águas caudalosas com corredeiras, o som de pássaros e cigarras ao longe, muitos insetos sobrevoando e caindo na água. Arrumei minha tralha e atei uma mosquinha com cabeça vermelha atada em anzol muito pequeno e fiz o primeiro arremesso.




Vale lembrar que antes de iniciar e escolher a isca a utilizar deve-se observar o ambiente e os insetos que estão no local, observei um tipo de mosca muito semelhante a isca que utilizei andando sobre a água.

Não fiz mais de 3 arremessos para fisgar o primeiro brigador. Realmente tinha esquecido como este peixe é valente e brigador, com material leve que estava a briga se potencializa, coisa linda de se ver. Bati a foto e com cuidado deixei o pequeno amigo se recuperar, saio nadando a toda velocidade para longe.

Mais alguns arremessos e fisguei um lambari maior que o primeiro, este até deu uma de dourado e pulou para fora da água, brigou até os últimos momentos ressuscitando aquela alegria provocada pelo momento como meu comentário "bicho bravo, etá bicho valente".

A sorte que este peixe não tem mais que alguns centímetros, se fosse peixe de quilo, ninguém tirava da água.

Minha média de capturas foi quase 1 para cada 5 arremessos, o que propiciou a captura de 8 lambaris. Então decidi brincar com outras iscas artificiais, troquei a mosquinha pelo spinner lambari da Deconto, que funcionou muito bem, vi ser perseguido por diversas vezes por lambaris mas não consegui nenhuma fisgada.
Por ultimo testei a isca serelepe também da Deconto.  Esta tem um movimento próprio e vibrante, arremessei e recolhi na correnteza mais forte a fim de explorar mais no fundo do rio. Mas não obtive o sucesso esperado.

Vale lembrar que no Fly-Caipira temos a limitação de arremessar sempre a favor do rio, recolhendo contra a correnteza. O que chamará muito mais a atenção do lambari, afinal o que se movimenta contrário a correnteza só pode estar vivo.




Espero do fundo do coração que um lugar como este se mantenha preservado, com essas criaturas mágicas em seu ambiente e que os moradores locais não limitam o acesso ao rio. Só vai depender dos banhistas que geralmente no final de semana do verão poluem o rio com lixo e som auto. Sabe não sei o que certas pessoas pensam, ir para um local desses para ter contato com a natureza e colocar som auto, que sentido tem isto? Vou tomar banho em um rio por que ele é limpo (quase uma raridade) e deixo lixo nele? Olha isto é como um filho sair falando mal da própria mãe.

Acho que de peixes posso até chegar um dia a entender, mas os seres humanos, não vou entender nunca.


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