Durante esta temporada de pesca, fui abordado por várias
vezes por pescadores iniciantes ou sem experiência em pesca de praia, a
pergunto e dúvida geralmente era sempre a mesma.
Como é que sei se tem peixe ou não?
Os mais elaborados:
Como faço para
diferenciar, vento, onda de um peixe?
Minha resposta inicial sempre é muito otimista: "Olha,
quando um peixe for fisgado o movimento é inconfundível". E realmente é,
peno menos quando o peixe tem certo tamanho.
Desta forma resolvi escrever este artigo para facilitar as
coisas para este pessoal curioso e -camarada que encontro no dia a dia de
pescaria. Neste material que se segue tentarei ser o mais técnico possível
explicando com fatos e experiências os movimentos.
Vamos tomar como base a ponta da vara, descrevendo o
movimento da ponta da vara, espaço de deslocamento, frequência e tempo do
movimento. Assim podemos representar o movimento de forma gráfica, em um eixo
teremos o espaço (Centímetros) e em outro o tempo (segundos).
Movimento de Onda.
O movimento de onda é bem observável sendo longo e lento,
diminuindo o balançar da ponta da vara ao passar do tempo. Para se perceber o movimento observe se ele
ocorre sempre que a linha é tocada pela onda.
Geralmente este movimento passa a ser um problema e está
basicamente relacionado a espessura da linha. Na pesca de praia se utiliza
linhas finas de 0,18 a 0,23 mm, quando é utilizado uma linha com espessura
maior está sujeita a sofrer ações do atrito da água sobre ela.
Outro fato é estar com a linha posicionada lateralmente a
onda, nesta posição o espaço que sofrerá o atrito é maior mesmo com linhas
finas.
Movimento de vento.
O movimento de vento na linha é característico pelo balançar
curto e rápido da ponta da vara, sendo constante. Sempre observar o vento em
relação a posição da linha e do equipamento, se o vento for lateral a linha vai
gerar o mesmo que ocorre com ondas laterais a linha causando maior atrito da
linha com o vento fazendo o movimento.
Novamente a situação pode ser minimizada com a espessura da
linha e posição da linha em relação ao vento.
Movimento de Beliscadas do Peixe
Este movimento é muito sutil e pode ser observado com maior
facilidade com a vara em punho. É semelhante ao movimento do vento, com a
diferença que não é constante.
É um movimento curto e rápido de ponta de vara com
intervalos de continuidade. Para ter
certeza do que está ocorrendo observe se não está ventando, caso contrário
valerá somente a experiência para diferencia-lo com maior propriedade.
Este movimento geralmente é feito por beliscões de peixes
pequenos ou peixes de fundo com bocas em formato de sugadores.
Neste caso espere o próximo movimento e fisgue o peixe.
Movimento de Peixe Fisgado.
Este movimento é inconfundível, é o que chamo de telegrama
do peixe, consiste em um movimento forte, rápido em uma cadência de três a
quatro movimentos com intervalos.
Ou seja a ponta da vara faz três batidas fortes de ponta de
vara com intervalos. Isto é explicado pelo peixe abocanhando a isca e nadando
de um lado para o outro provocado pela preção contrária ao movimento de seu
nado causado pela linha.
Neste caso basta apenas confirmar com uma fisgada, por que a
essas alturas o peixe já está fisgado. O movimento contrário exercido pela vara
ao retornar a sua posição inicial fisga o peixe.
Desta forma, varas com pontas mais duras serão mais rápidas
na fisgada, varas com pontas mais moles serão mais lentas da fisgada.
Movimento de enrosco
Este movimento particularmente é o que mais odeio, claro que
qualquer pescador odiaria, pois confirma que estará perdendo isca e
oportunidade.
Consiste em um único puxão lento e contínuo na linha,
causando peso, puxando a vara. Observar que ocorre com a onda. Claro que em
alguns casos pode ser a fisgada inicial de um grande peixe, só que neste caso
iniciará a retirada de linha de seu molinete ou carretilha.
O enrosco é lento e morto, é como se alguém fosse na ponta
da linha e desse um puxão lento e para-se.
Quando ocorre com muito frequência o melhor mesmo é mudar de
lugar ou recolher a tralha de cancelar a pescaria. Pescarias nestas condições
de relaxamento passam a ser tormentas para perder material, linha e tempo.
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