Traíra dá um salto e vai embora.

Meu Tio Odilon possui uma lagoa  muito bonita em seu sítio. Segundo ele está infestada de traíras e por isso não se desenvolve as tilápias. Eu, meu Pai e minha Mãe combinamos de capturar algumas dessas invasoras neste sábado.

Lagoa no Sítio do meu tio Odilon.

Ao chegar no local e montar toda a tralha, preparei minhas varas telescópicas para pegar tilápias pequenas, que serviriam de isca para as traíras grandes. Logo de inicio peguei em torno de 5 pequenos acaras com minhoca e pude armar os molinetes. Cortei as tilápias ao meio e isquei em garatéias. Continuei a pescar com as varas com minhoca e comecei a pegar pequenas traíras, a brincadeira estava divertida, como a lagoa será limpa e todos os peixes retirados, todas as traíras foram para o saco.

Traíras de tamanho menor.

Alguns minutos depois minha vara maior deu uma enorme puxada, corri para ela e dei a primeira fisgada, uma enorme traíra saltou na água, deveria ter uns 2 kg, continuei a luta, levou linha e nadou de um lado para o outro, deu mais um salto e se soltou. Meu coração foi a mil, é isto que eu esperava de uma pescaria de traíras. Armei a vara novamente, mais algumas traíras e acaras menores nas varas telescópicas e novamente um novo puxão na vara maior - "dessa vez não escapa", dei vários puxões e fui trazendo o peixe, percebi que não era tão grande quanto a anterior, uma traíra de porte médio (800g).

Peixe Lobo - A maior capturada.

A pescaria foi muito boa, foram 12 traíras que pegamos ao todo, mais alguns acaras e tilápias de porte médio. Peguei em torno de 7 traíras mais espetaculares saltos que ficarão na memória.
Ao chegar em casa minha filha Gracyanne queria ver o "Cabeça de Cobra", como ela chama a traíra, quando fui mostrar o peixe, levei uma mordida no dedo polegar. Gente! Como sangrou, não é a toa que a traíra é conhecida no exterior como peixe lobo.

Alguns minutos de pois da foto, lá se foi o meu dedão.

Meu pai e minha mãe no outro lado da lagoa.

Local: Lagoa Sítio Tio Odilon - Indaial - SC

Fase Lunar: Crescente.
Tralha: Molinete Leve e Varas Telescópicas
Isca Artifícial: Birutinha da Deconto.
Isca Natural: Filé de Tilápia \ Minhoca.

Peixes do Fly Caipira - Acará

ACARÁ (Geophagus brasiliensis)

ou Cará.

Características: é uma das espécies mais comuns nas bacias do rio Doce e do Paraíba do Sul, ocorrendo também na bacia do rio São Francisco. Apresenta espinhos defensivos nas nadadeiras dorsal, ventral e anal. Sua coloração é realmente magnífica. Cores vermelhas, azuis e faixas turquesas.

Habitat: especializado em ambientes de águas paradas, mas é também comum nos rios, especialmente nos remansos ou nas margens com vegetação abundante.

Ocorrência: bacias do rio Doce, do Paraíba do Sul e do rio São Francisco.

Hábitos: é de natureza plástica e flexível, e por esse motivo é uma das poucas espécies que se adaptam muito bem às condições de reservatórios.

Alimentação: onívoros, comendo uma ampla variedade de alimentos no fundo, os quais são triados com sua boca protrátil.

Reprodução: na época de reprodução, o casal limpa uma área de fundo arenoso, e o defende contra intrusos. O número de ovos não é muito elevado, sendo que o macho toma conta dos filhotes recolhendo-os na sua cavidade bucal. Os exemplares machos adquirem uma protuberância na cabeça na época da reprodução, que desaparece após a fase sexual.

Ameaças: possuem carne apreciada pela culinária por isso são muito pescados. Poluição e destruição do habitat são as principais ameaças.

Grandes lembranças possuo de minha infância quando pesco um exemplar deste.
Pesquei muito com vara caipira de bambu.
"Cada Chinelo", assim falávamos.
Vez ou outra ainda capturo este brigador dos riachos e rios.

E vamos para a pescaria!!!

Peixes do Fly Caipira - Jacundá

JACUNDÁ (Crenicichla lenticulata)

ou Joana, Joaninha

Características: peixes de escamas com corpo alongado, boca grande, com a mandíbula um pouco maior que o maxilar superior. A borda posterior do pré-opérculo é serrilhada. Coloração esverdeada com faixas escuras verticais nos flancos, faixa longitudinal mais escura ao longo do corpo, que se estende do olho até o pedúnculo da nadadeira caudal, e um ocelo na parte superior do pedúnculo caudal. Ventre avermelhado. Alcançam cerca de 40 cm de comprimento total. Alcança 30 cm de comprimento. 

Habitat: rios, remansos de rio, lagoas e represas, sempre próximos à estruturas como paus, pedras, etc.

Ocorrência: em todo o Brasil

Hábitos: sedentárias, que vivem em águas paradas. São peixes extremamente territoriais.

Alimentação: carnívoros, alimentando-se de pequenos peixes, camarões e outros invertebrados.

Ameaças: poluição e destruição do habitat.

O Jacundá para mim é um mistério.
Apenas capturei com vara caipira de bambu quando era jovem.
Após ter iniciado com Fly Caipira ainda não tive o privilégio de captura-lo.
Mas chego lá, peixe que pessoalmente acho muito bonito.

Exemplar Preto.

Peixes do Fly Caipira - Saicanga

PEIXE CACHORRO (Acestrorhynchus lacustris)

ou Saicanga, Peixe-Cão

Saicanga na Artificial

Características: peixes de escamas diminutas com corpo alongado, um pouco comprimido, nadadeira dorsal na porção posterior do corpo, focinho longo, boca extremamente oblíqua, grande com dentes caninos pontudos na boca e no palato. Coloração clara, com uma mancha escura na base da nadadeira caudal, podendo apresentar outra mancha atrás do opérculo. Alcançam cerca de 35 cm de comprimento total. Nadadeiras peitorais são bem desenvolvidas, permitindo movimentos rápidos para cima quando o predador ataca sua presa. 

Habitat: ambientes lênticos (de águas paradas).

Ocorrência: bacia amazônica e do rio Paraná.

Alimentação: piscívoros

Ameaças: poluição e destruição do habitat.

Muito agressiva este peixe é minha inspiração na pesca.
Foi o primeiro peixe que tive o privilégio de pegar com isca artificial.
E até hoje, é meu principal alvo de pesca.
Tenho a satisfação de dizer que este peixe nunca levei para casa, sempre devolvi para o rio.

Exemplar pescado por mim

Peixes do Fly Caipira - Lambari

LAMBARI (Astyanax bimaculatus)

Ou Piáva.

Características: pequenos peixes de escama com coloração prateada com nadadeiras variando entre amarelo, vermelho e preto. Corpo alongado e um pouco comprimido. Alcançam até 15 cm de comprimento total. Também conhecido como piaba.

Habitat: rios, córregos, lagoas, represas etc.

Ocorrência: em todo o Brasil.

Hábitos: extremamente ligeiros

Alimentação: frutos, sementes, insetos, minhocas, ovas de outros peixes e muitos outros itens.

Predadores naturais: é base da alimentação de diversos peixes predadores.

Ameaças: muito apreciado pelo sabor de sua carne e como isca para outra espécies.

É inacreditável a valentia deste pequeno peixe, vale a briga e a pena pesca-lo.
Alem de que é uma prova da qualidade do rio, se tem lambari, é limpo.

Exemplar Pescado por mim.

Fly Caipira - utilizando moscas secas em micro-molinete

Fly Caipira foi o nome que vi na internet quando pesquisava formas de pescar lambari.
Uma alternativa muito prática para pescar lambaris com isca artificial sem utilização de equipamento sofisticado de Fly. Sou um pescador não um colecionador de tralha de pesca, é o que sempre digo, canso de ver muita gente que tem tanta tralha de pesca que esquece de pescar.

Desta forma pode-se divertir muito sem necessitar gastar muito.
Tenho apenas três varas, uma vara de ação rápida grande com molinete grande para pesca mais pesada, utilizo para pescar na praia, costão ou embarcado. Uma vara leve com molinete leve para pescas diversas e plugs artificiais mais pesados e um micro-molinete com uma vara ultra-leve de ação lenta que utilizo para pescar peixes pequenos.

A técnica chamada popularmente de fly caipira, consiste em utilizar uma vara pequena com um micro-molinete com uma boia de arremesso. Esta boia possui um peso que facilita o arremesso, basta colocar uma linha 14mm na ponta e um grampo para facilitar a troca das moscas e iniciar a brincadeira.
Com o mesmo equipamento mudo de pesca com mosca secas para pesca com plugs, ou até com chumbo e anzol com isca natural.

A melhor boia de arremesso que encontrei é a Deconto nro 1 (Deconto & Mouro), muito versátil e funcional.
Já assisti até ela ser atacada por traíras desavisadas.

Boia de Arremesso Deconto.

Vale a pena experimentar.

Pescaria Ótima de um Peixe.

Hoje decidi descer o rio explorando outros pesqueiros até chegar no pesqueiro habitual. Dia estava ameno, 23oC, nublado, caindo pingos de chuva. Já iniciei mal, no primeiro arremesso perdi minha fly cupim, esqueci o grampo aberto. Muito bem, coloquei minha segunda e continuei, descendo o rio. Alguns puxões após meia hora de pesca, troquei para um larva branca que queria estrear, até então nenhum sinal de peixe. Acho que foram na missa do domingo.

Comecei a avistar alguns sinais de peixes, eram lambaris dando pequenos botes na flor da água. Alguns menores começaram a beliscar minha perna, costumo pescar dentro da água assim posso sentir a temperatura da água. Pensei que os peixes maiores poderiam ainda estar meio dormentes e como tudo parecia que estavam no local apenas lambaris menores, troquei para uma porvinha vermelha de anzol muito pequeno. Alguns arremessos depois, senti alguns puxões, insisti mais um pouco e lá veio a tão sonhada Saicanga de tamanho razoável. Muito grande e sadia, peixe muito lindo, fiz uma festa dentro do rio. A sensação de pegar um peixe que realmente pesou na vara foi muito boa. Algumas fotos, oxigenado bem o peixe e volta para o rio, quero pega-lo outro dia. Uma pescaria de um peixe que considerei ótima.

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É um exemplar que representa bem a espécie.

Local: Rio Encano - Indaial - SC

Fase Lunar: Nova
Tralha: Molinete Ultra-Leve
Isca Artificial: Fly Mosca red, Porvinha Vermelha, Cupim, Larva Branca.

Pegando peixe pelas costas

Iniciei jogando um pedaço de pão na água, os peixes atacaram feito piranhas. Coloquei a boia de arremesso com minha isca abelhinha e joguei na água, logo senti alguns puxões. Troquei para uma mariposa que no primeiro arremesso fisgou uma traíra, saltou da água, levou linha, alguns puxões e lá se foi a minha mariposa. Estava preparado para pegar tilápias e estava sem empate, a traíra foi uma verdadeira surpresa, por isto estava com um chicote de linha 10mm que foi um fio de cabelo para ela.

 

É um lindo lugar.

Troquei o chicote para uma linha 25mm e coloquei uma isca porvinha cor laranja. Começou a sair as tilápias, mas hoje nenhuma com tamanho grande, estavam pequenas. A lagoa parecia um pouco vazia e os peixes pareciam assustados. Foram 9 exemplares, até um pelas costas. Todos eles, tive o prazer de devolver para a água, minha sogra pediu para que eu leva-se alguns para um frito, vai ficar para outra vez, "deixe meus amigos viverem em paz". Para finalizar soltei um saco de pão na água e fiquei apreciando a festa.

Peguei um pelas costas. Tive muito cuidado para não machuca-lo. 

 O importante é sempre coloca-lo aonde foi encontrado. Afinal quero pega-lo outro dia.

Local: Lagoa Natural - bairro da velha Blumenau.
Fase Lunar: Nova.
Tralha: Molinete Ultra-Leve
Isca Artificial:Cigarrinha, Fly Abelha e Porvinha Amarela e Laranja.

Eu Adoro este Rio

Peguei 3 Saicangas e 2 Lambaris. Iniciei com minha Mosca red preferida, logo de inicio pude observar os cardumes de pequenos lambaris e um casal de acará de tamanho médio. O dia estava perfeito, nublado, temperatura 26o. O que estava estragando era o som alto de alguns moleques da proximidade, que andavam com uma carocinha com um aparelho de som encima. Graças a Deus alguém pediu para que eles acabar com a brincadeira. Logo após eles saírem peguei um lambari considerável. Algumas puxadas e percebi que o peixe estava mais ao fundo. Para aumentar minha chance troquei para uma porvinha amarela muito pequena, no primeiro arremesso pude sentir as puxadas, mais um lance e peguei a primeira Saicanga de tamanho pequeno. Depois de mais alguns arremessos, peguei uma do tamanho do Lambari grande anterior.  Mais alguns puxões, um Lambari pequeno e mais uma Saicanga. Foi maravilhosa a pescaria, principalmente para iniciar as Saicangas. Adoro este lugar. Minha esposa que estava de cinegrafista, esqueceu de olhar a bateria da câmera, tive que tirar as fotos com o celular.

Primeira Saicanga do Ano.

Local: Rio Encano - Indaial - SC
Fase Lunar: Minguante
Tralha: Molinete Ultra-Leve
Isca Artificial: Fly Mosca red, Porvinha Amarela.

Isto é um Lambari ou um Matrinxã?!!!

Pesque Pague - R. D. Pedro II, Salto Weissbach na Rua Bahia

Desta vez a intenção era se dedicar a peixes grandes. Armei os morinetes Leve e Molinete com Vara Rígida com fígado e fiquei no aguardo. Local muito bom e estruturado. A lagoa que me instalei não tinha muita gente por ter os bagres e pacus, foi tranquilo. Enquanto aguardava fiquei brincando com as iscas artificiais Biruta e Spinner para ver se não saía uma traíra. Até que perdi um puxão no molinete leve e algum tempo depois um enorme puxão na outra vara, que puxou linha e pesou, porem não consegui fisgar, provavelmente era um bagre africano que estava apenas "mamando" a isca. Valeu os segundos de emoção e adrenalina, foi muito bom.

Local: Pesque Pague - R. D. Pedro II,  Salto Weissbach na Rua Bahia 
Fase Lunar: Cheia
Tralha: Morinete Leve, Morinete Médio -Vara Rígida; Morinete Ultra-Leve
Isca Artificial: Spinner, Birutinha, Cigarrinha
Isca Natural: Figado.

Barragem IRAI - Piraquara - PR

O lugar é muito bonito, porem judiado com a poluição e lixo jogado em sua margem.  Tentei apenas pegar lambaris mas parecia muito bom para pesca de Traíra. Chegou um senhor que começou a conversar comigo, disse que alguns dias atrás ele e seu neto pegaram três traíras ao longo da margem que estava. Então me indicou um lugar que parecia ter mais lambaris, aceitei a dica e iniciei os arremessos. Logo senti duas puxadas mas não consegui pegar nenhum deles. Pelo que me parece tem peixe, o Lambari relógio, mas como é muito frequentado não possui tamanho apropriado para ser fisgado com isca artificial. Vale a pena retornar e se dedicar nas traíras.

Local: Barragem IRAI
Fase Lunar: Cheia
Tralha: Molinete Ultra-Leve
Isca Artificial: Fly Caipira, Mosca, Abelha, Maripousa


Voltando para Casa - Rio Itoupava - Blumenau - SC
Retornando para casa mais cedo, deixei a roupa de pesca por baixo e parei no local. Desci debaixo de uma ponte de um morador e iniciei a pescaria. Observei muitos lambaris e filhotes de saicanga, também observei um cardume de acarás na corredeira. O Local tem peixe, tentei com todas minhas iscas de fly, mas o local onde estavam os lambaris era de difícil arremesso. Então aumentei o tamanho das iscas e na primeira puxada observei a perseguição de uma considerável saicanga. Não foi desta vez. Alguns puxões aqui outro ali mas nenhuma captura, até que consegui enroscar minha boia de arremesso em uma árvore que ao puxar quebrou na pedra fazendo perder minha mosca red preferida.

Local: Rio Itoupava - Blumenau - SC
Fase Lunar: Cheia
Tralha: Molinete Ultra-Leve
Isca Artificial: Fly Caipira, Mosca, Abelha, Maripousa, Aranha, Lambari Articulado, Amarela de Barbela, Spinner, Barregueira

Rio Encano - Indaial - SC - Adoro este lugar

Rio com água limpa, temperaduta 26o sem vento, nublado, lua crescente. Não houve jeito de pegar nenhum peixe. Tentei de tudo todas as iscas possíveis. Pude observar vários lambaris de tamanho médio até perseguir a isca, mas nada. Observei um peixe maior e escuro (Talvez um Jacundá) perseguir o lambari articulado. Estava errando em alguma coisa, tentei puxar lentamente, rápido, intermitente, com puxadas fortes. Notei que os peixes estavam mais ao fundo, tentei com spnner de fundo, mas realmente não obtive sucesso. Fiquei muito ansioso e o tempo passou rápido, queria pegar pelo menos um, levei uma bronca quando cheguei em casa, minha mulher perguntou se não tinha família e que as meninas perguntaram por mim a manhã toda, as vezes é duro conseguir um tempo só para nós e também com a família, mas tudo bem, só passa por isto quem tem família. O meu Jacundá fica para outra vez, "mas eu pego ele".

Local: Rio Encano - Indaial - SC
Fase Lunar: Crescente
Tralha: Molinete Leve
Isca Artificial: Spinner Mariner, Barejera Deconto, Fly Abelha, Maripousa, Mosca, Formigão, Branca, Lambari Articulado


No outro dia não me conformei.


Nova tentativa de capturar um Jacundá. Fiquei indignado com o aproveitamento do dia anterior de 4 horas, nenhum peixe foi fisgado. Retornei ao mesmo local e pesquei na margem contrária, onde estava os poços mais profundos. Observei que existia muitos lambaris, mas não eram fisgados devido ao pequeno tamanho. Então mudei para uma isca de barbela amarela e procurei outros peixes. Como o Jacundá é territorialista acredito não ter nenhum por perto. Aproveitei e testei o chicotinho para iscas naturais com minha vara leve, isquei com pedaços de peixe e deixei no poço maior. Nenhum resultado ou não deu tempo para os peixes de fundo saírem. Enrosquei em um lançamento o anzol e perdi o primeiro chicote com o chumbinho.  É errando que se aprende. 

Valeu pelo lindo entardecer.