Uma coisa que pescador possui em suas características é a persistência,
alguns aumentando este nível até chegar
a teimosia mesmo. Acho que já estou quase neste nível.
Com água no joelho |
Não se conformando com o resultado da ultima pescaria a
Curta Distância que fiz que me fez perder duas vezes o material e com ele dois
prováveis Carapucus, voltei neste final de semana na mesma praia e no mesmo
ponto. Desta vez acordei mais sedo e deixei a preguiça herdada das últimas
férias e já as 7:00 horas da manhã estava com a tralha na água.
Preparei uma vara especial para a pescaria a Curta
Distância, de ação rápida de 3 metros, linha 20 mm, com chicote de duas
pernadas, utilizei anzol pequeno de número 6 e chumbada de 60 gramas. Estava
iscando com filé de camarão e como o anzol é muito pequeno, mesmo não gostando
muito, tive que utilizar elástico para amara-lo.
Água Turva - Caldo de Cana |
Uma vara, um pescador com água até o joelho e muita vontade
de acertar desta vez nesta revanche. A água estava meio turva ainda, mas sabia
que depois que a maré inicia-se o préia-mar iria melhora.
Não demorou muito para sentir o primeiro cutucão, bem sutíl,
fui recolhendo a linha e verificando até ter certeza, deveria ser um bem pequeno. Um pequeno bagre banco veio me
dar o primeiro sinal.
Uma das emoções deste tipo de pescaria é que ocorre maior
ação, pois como se está com a vara em punho, não se perde nenhuma fisgada. Alem
do maior contato com a água, pois se acabamos tendo a tendência de entrar até o
joelho na água, podemos apreciar melhor o local, ver peixes surfando nas ondas
ou pulando delas.
Iniciou-se por volta das 8:00 uma chuva que começou a limpar
a água, mudando de caldo de cana para limonada. Era exatamente o que estava
esperando, uma que aumentaria a variedade de espécies, outra por que não teria muita gente na praia.
Assim que a chuva parou, já senti um toque forte na linha,
"TUMMM", maravilha lá veio o primeiro Carapucu. Acertei mais uma,
pude vê-lo surfando ao ser trazido para a areia. Não era tão grande quanto o
que peguei na semana passada mas muito brigador, levou a linha de um lado para
outro com direito até a um saltinho.
Um dos inconvenientes que se tem ao pescar com anzol muito
pequeno, no caso o de número 6, é que o peixe tem a tendência de engolir. Faço
o seguinte, amasso com cuidado a fisga e quando vejo que não vai dar para
remover, corto a linha perto da boca e deixo assim. Com alguns dias o mar se
encarrega de soltar o anzol sozinho.
Deixei meu amigo se recuperar e soltei ele que saiu feito um
foguete de volta para a água.
Já estava ficando feliz com o resultado, então tive um ciclo
de anzol perdido que se soltou do rotador e um cortado por baiacu quando nova
batida, dessa vez mais sutil, outro bagrinho?!!! Nada disto, um peixe que
peguei muito poucas vezes que até brigou um pouco ao chegar mais próximo ao
raso, um Roncador muito bonito. Uma característica deste peixe é que sempre
acaba engolindo o anzol, mas consegui sem muitos danos tira o anzol, da mesma
forma que o Carapicu, deixei ele se recuperar e soltei que saiu nadando
calmamente.
A maré estava mudando e o canal ainda não estava bem
definido, até que estabilizou e pude novamente localiza-lo. Observei em certa
onda dois peixes de mais de trinta centímetros surfando, pelo formato me
pareceu uma tainhota ou um Ubuarama-rato. Também ocorreu de ver um Carapicu dar
um salto sobre a onda.
Ótimo sinal, pois não existe melhor sinal do que ver peixes
na água. Após esta bela visão apareceu mais um Carapicu para me fazer
companhia, sua fisgada foi a mesma, parece um cartão de visitas, um único toque
e bem forte. Este até se machucou um pouco pois engoliu o anzol, neste caso não
arrisquei e cortei a linha, soltei ele que voltou apreçado para as ondas.
Um Roncador |
Minha esposa então apareceu na praia para me fazer
companhia, já passava das 9:00horas. Conversamos um pouco e então peguei mais
um pequeno bagre para fechar por hoje.
Gostei muito desta pescaria, pois já fazia tempo que não
dava atenção para este tipo de pesca, geralmente acabamos por nos dedicar pelas
que trazem os maiores exemplares, dispensando a maior quantidade de ação. Uma das
coisas que posso dizer é a maior variedade de espécies que se pega desta forma.
Pesquei apenas com uma única verá, com chicote de dois anzóis
e peguei mais peixes comparado outras pescarias com duas varas de arremesso com
três anzóis.
Quero tentar da próxima vez pescar com os três níveis, uma
vara de arremesso para a segunda arrebentação, uma a curta distância e uma na
espuminha para os Pampinhos, para isto tenho que aguardar o dia certo no local
certo.
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